
Embora a análise de dados se tenha mostrado essencial para uma empresa que pretende ser competitiva, há muitas empresas que ainda não aprenderam a lição. De acordo com um relatório da Forbes Insights em colaboração com a EY, 66% das empresas que optaram por uma abordagem Data Driven aumentaram os seus lucros em pelo menos 15% no último ano e 60% admitiram que fortaleceram as os seus aspetos mais débeis face aos possíveis riscos. Porém, embora muitas organizações já tenham incorporado esse sistema de trabalho no seu quotidiano, a sua adopção está longe de ser generalizada. Segundo um inquérito do Instituto Nacional de Estatística, apenas 8,5% das empresas que atuam na área digital realizaram análises de Big Data durante o ano de 2019 ou no primeiro trimestre de 2020.
O Big Data tem um enorme potencial para as empresas: permite que estas detetem tendências e insights, processando uma grande quantidade de dados em pouco tempo e criando modelos preditivos que permitem otimizar muitos dos seus processos de negócios. Este sistema representa uma grande oportunidade de crescimento e as empresas mais evoluídas já começaram a integrar os dados no centro da sua estratégia. Estas são as chamadas empresas Data Driven.
Indicamos 4 recomendações que deve ter em conta se quiser que o seu modelo de negócio esteja assente no poder dos dados.
O conceito de análise preditiva consiste em estabelecer previsões sobre eventos futuros a partir da análise de determinadas informações. Uma empresa pode aferir, por exemplo, a probabilidade de um cliente potencial pagar atempadamente com base nas informações sobre o seu historial de crédito. Um banco, por sua vez, pode aferir a probabilidade de um cliente encerrar a sua conta caso detete que o seu comportamento financeiro é semelhante ao de outros clientes que a encerraram, e assim antecipar-se e oferecer-lhe melhores condições. Graças a esses sistemas, baseados em sistemas estatísticos, inteligência artificial e aprendizagem automática, é possível tomar as melhores decisões para uma empresa.
Os dados podem ser usados para conhecer os hábitos do utilizador ou identificar tendências de negócio, mas também para reter clientes ou otimizar a gestão de riscos. O primeiro passo para aplicar os dados à sua estratégia é saber o que quer fazer com as informações. Desta forma, pode otimizar a recolha e análise de dados, concentrando-se nos seus objetivos.
Apostar numa organização baseada em dados acaba por gerar um acervo massivo de informações, e nem todas servem para o objetivo traçado. Muitas vezes aglomeram-se determinados dados que acabam por interromper o fluxo de trabalho, afastando-o do objetivo principal. Portanto, para focar no que é realmente importante para o modelo, é fundamental descartar as informações que não são relevantes, identificando o que se deve eliminar. Desta forma, estamos a aperfeiçoar o modelo, procurando padrões que sirvam para o sistema prever o que vai acontecer e verificar se isso realmente acontece. Em última análise, a chave da Inteligência Artificial aplicada aos modelos preditivos reside num conceito de tentativa e erro. A experiência torna o modelo mais preciso e, portanto, oferece mais confiança na sua implementação.
A segurança e privacidade de dados ainda é uma tarefa pendente para muitas empresas. Um estudo recente da Kingston1 revela que 44% das empresas no nosso país não usam dispositivos criptografados, o que é contraproducente considerando que a segurança é um princípio fundamental numa empresa orientada por dados.
A gestão de dados fornece uma abordagem holística para gerir e aproveitar as informações para que possam contribuir para as decisões e operações empresariais. Para garantir uma gestão adequada, recomenda-se a constituição de uma equipa responsável pela gestão dos dados, o estabelecimento de uma estratégia específica que defina a orientação e as regras gerais e garanta o cumprimento dos regulamentos e requisitos legislativos.
Seguir estas estratégias e modelos organizacionais baseados em dados irá ajudá-lo a transformar a sua empresa e a obter todos os benefícios que isso acarreta: redução de custos, aumento de lucros, redução de riscos no lançamento de novos produtos e serviços e uma transformação do negócio que conduza a um modelo mais ágil, fator determinante em ambientes altamente competitivos como o atual, onde é preciso adaptarmo-nos às necessidades de cada momento.